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Património
Estátua do Infante Dom Henrique
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Junto aos portões da Mata Nacional dos Sete Montes, em Tomar, um tributo àquele que ficou para sempre ligado ao desenvolvimento económico e cultural da cidade. Aqui foi inaugurada, a 18 de dezembro de 1960, a Estátua do Infante Dom Henrique, a forma como a cidade decidiu prestar homenagem ao Infante Navegador, precisamente quando se assinalava o quinto centenário sobre o ano da sua morte. O evento teve direito a honras militares do Regimento de Infantaria e da sua banda.

A estátua em bronze é da autoria do escultor Henrique Moreira (que assina outras obras na cidade, como o Monumento aos Combatentes da Primeira Guerra Mundial, que se encontra junto à estação da CP).

O Infante D. Henrique é um vulto enorme na história nacional e universal, pelo papel determinante que lhe é atribuído na grande empreitada portuguesa dos Descobrimentos. É o quinto filho do rei D. João I e de D. Filipa de Lencastre, tendo nascido no dia 4 de Março de 1394 na invicta cidade do Porto.

A sua ligação com Tomar começa no ano de 1420, quando foi nomeado pelo Papa, a pedido do seu pai el-rei D. João I, Governador e Regedor da Ordem de Cristo. O Infante foi o primeiro mestre laico da Ordem, tendo realizado reformas importantes que, por um lado, a aproximaram da sociedade civil, e por outro, reforçaram o seu papel central enquanto autoridade religiosa e espiritual das terras descobertas. Aos frades contemplativos competia rezarem pelos navegantes de além-mar e à Ordem competia formar e providenciar os padres que partiriam para a evangelização e povoamento dos novos territórios. 

São muitos os legados que deixou à cidade, desde o paço ou palácio que mandou construir para sua residência, no Castelo (os Paços do Infante, que se tornaram residência real quando os Reis se deslocavam a Tomar), até à edificação do Claustro do Cemitério e do Claustro da Lavagem, no Convento de Cristo.

Também foi D. Henrique que, em 1421, criou a primeira Feira Franca, ou seja, uma feira que decorria na praça principal da cidade, onde os mercadores podiam vender sem pagar impostos, tendo, também, mandado construir os edifícios dos Estaus, que serviam de estalagem aos forasteiros e mercadores, aposentos para membros da nobreza em visita a Tomar, e local de comércio. Foi também o responsável pela construção das Boticas do Infante, em frente à Igreja de São João Batista, onde se vendiam produtos vindos das ilhas e da costa africana.

Igualmente relevante foi a intervenção no rio Nabão, que permitiu ganhar terreno ao rio para fazer crescer a cidade (nesse tempo, o rio era muito mais largo, com margens pantanosas e com pequenas ilhotas; foi D. Henrique quem mandou afundar o leito do rio, deixando apenas uma ilha no centro, o Mouchão).

O Infante também contribuiu para o desenvolvimento comercial e industrial da cidade, nomeadamente através da sua ligação às Saboarias (fábricas de sabão), de que detinha a exclusividade do fabrico e comercialização.

Relevante, também, a sua forte ligação e a proteção que assegurou aos judeus residentes em Tomar, tendo mesmo autorizado a construção da sua Sinagoga. Em contrapartida, a comunidade judaica sempre foi uma importante aliada do Infante, com as suas contribuições, tanto ao nível financeiro, como ao nível do conhecimento científico e cultural, para a grande epopeia das Descobertas.

Por fim, é ainda a D. Henrique que se fica a dever a modernização da prestação dos cuidados de saúde, na época, pois foi ele o responsável pela agregação das catorze gafarias (designação dos hospitais ou casas onde os doentes eram tratados) numa só instituição, o Hospital de Santa Maria da Graça.

Henrique, cujo legado é bem visível no traçado urbano de Tomar e na importante herança económica e cultural que para sempre a marcou, veio a falecer em Sagres, no dia 13 de novembro de 1460.

 

Morada:
Praceta Infante D. Henrique
2300-551 Tomar - Portugal
39.60139218424585, -8.416023566653207
Estátua Infante D. Henrique