Sob a designação de Levada de Tomar, identificamos um conjunto edificado com um relevante horizonte cronológico, desde o período medieval, passando pela época moderna, até à época contemporânea.
A sua origem remonta aos finais do século XII e, com uma sucessão complexa de contextos espaciais e tecnológicos, a sua actividade de carácter industrial manteve-se até finais do século XX (e, numa das unidades oficinais daquele conjunto, manteve-se até ao início do século XXI).
O conjunto edificado é contiguo ao rio Nabão. A localização geográfica e o enquadramento urbanístico do sítio, intrínsecos à razão de ser e à funcionalidade técnica, produtiva e económica dos equipamentos ali sucessivamente implantados ou adaptados ao longo dos séculos, confere-lhe uma especial qualidade paisagística, em pleno centro histórico da cidade, onde melhor se dá a ler a permanente interacção do homem com o meio, assim como a evolução da ocupação do espaço e das formas de habitar o território.
Com uma disposição integrada em relação ao rio Nabão e à estrutura do açude e da levada (a norte e a poente), destacam-se os edifícios de antigos moinhos e lagares (que eram alimentados pela energia potencial da água, através de rodas hidráulicas verticais ou de rodas horizontais), duas antigas fábricas de moagem (testemunhando o uso quer da energia hidráulica, quer da energia eléctrica) e uma central elétrica.
A Levada de Tomar está a ser objeto, desde 2011, de uma empreitada promovida pela Câmara Municipal de Tomar, para execução do projecto de requalificação e reabilitação arquitectónica, com base na decisão de criação de uma entidade museológica, designada por Museu da Levada de Tomar. O Projeto do Museu da Levada destina-se à planificação de acções integradas de salvaguarda e protecção de património cultural através da programação de uma entidade museal que faça parte de um processo de desenvolvimento científico, cultural, educativo e social do território de Tomar e de dinamização da economia e do turismo local.