O Arco das Freiras, em Tomar, é um arco de volta inteira sobre a Rua de Santa Iria, que é, nada mais, nada menos, do que uma passagem aérea que liga o Convento de Santa Iria ao antigo Palácio de Frei António de Lisboa. A sua origem remonta ao século XVI e reveste-se de interesse pela originalidade de ser uma passagem sobre a via pública entre dois edifícios associados de cariz religioso.

A designação “Arco das Freiras” está, desta forma, associado às Freiras Clarissas do Convento de Santa Iria. O Convento foi construído no século XVI, sobre um edifício mais antigo (anterior ainda ao Castelo Templário), junto das margens do rio Nabão, no local onde a jovem devota Iria se encontrava a rezar quando foi morta, a mando de Britaldo, o nobre que por ela se enamorara e que com ela queria casar.

O antigo Palácio de Frei António de Lisboa é um edifício sumptuoso do século XVI, que terá servido de residência a Frei António de Lisboa ou aos seus familiares, no seguimento da sua nomeação pelo rei D. João III para se tornar Prior do Convento de Cristo, em Tomar.

O antigo Palácio apresenta uma planta retangular de dois andares, sendo que a fachada está virada para norte. Todas as aberturas do imóvel são em arco de volta perfeita, com a porta principal, ao centro, a distinguir-se pelo facto de apresentar uma dimensão um pouco superior do que as restantes portadas e janelas.

Frei António Moniz era um religioso da Ordem de São Jerónimo e foi o grande reformador da Ordem de Cristo. Foi prior do Convento de Cristo, tendo sido responsável por uma reforma e por uma notável campanha de expansão do Convento, com a assinatura dos arquitetos João de Castilho (entre 1532 e 1552) e Diogo de Torralva (depois de 1554). 

O Arco das Freiras está classificado como imóvel de interesse público.