Em Tomar, encontra-se um museu único do género em Portugal e dos mais originais da Europa e do mundo: o Museu dos Fósforos. Aqui se conserva uma coleção superior a 60 mil caixas, etiquetas e carteiras de fósforos doada pelo tomarense Aquiles da Mota Lima ao Município, em 1980.
O Convento de São Francisco é composto por dois claustros, e desde o ano de 1989 que um deles acolhe a coleção do Museu.
Esta história de amor, devoção e entrega remonta bem lá atrás, a meados do século XX. Tudo começou em 1953, a bordo de um navio, onde Aquiles da Mota Lima viajava com destino a Londres, para assistir à cerimónia de coroação da rainha Isabel II. Na viagem, conheceu uma colecionadora americana, a quem prometeu enviar as caixas mais especiais que encontrasse durante as suas viagens. As duas primeiras caixas de fósforos da coleção são, precisamente, alusivas à cerimónia para onde se dirigia, uma delas com o retrato da Rainha Isabel II e outra com uma coroa e o ano do evento, 1953. Acontece que Mota da Lima não se limitou a comprar apenas um exemplar, mas sim dois, dando assim início à sua própria coleção. E a partir daí, não mais parou.
Com os contributos e empenho de familiares e amigos, assim como através de trocas com outros colecionadores, a coleção alcançou uma dimensão impressionante.
Atualmente, o acervo representa cerca de 127 países do mundo e está distribuído por 7 salas recheadas de surpresas e curiosidades que nos levam numa viagem extraordinária à volta do mundo. Trata-se da maior coleção filumenista da Europa e uma das maiores do mundo. Desde quadros de pintores famosos a eventos históricos, personalidades políticas, vultos da literatura, música, artes, desporto, ciência, tecnologia e religião, passando por objetos, animais, flores, paisagens, instrumentos musicais e mesmo campanhas eleitorais e propaganda política… um pouco de tudo se pode encontrar – e nos mais variados formatos – incluindo caixas de fósforos de cerca de 40 centímetros, uma caixa em prata e até a mais pequena caixa de fósforos do mundo. Naturalmente, os fósforos portugueses ocupam a maior parte do Museu, ainda que os mesmos tenham apenas começado a ser produzidos em 1895.
Depois da morte de Aquiles da Mota Lima em 1984, foi a sua filha Maria Helena Aquiles da Mota Lima quem deu continuidade ao projeto do pai e que organizou metodicamente as prateleiras do Museu – exatamente como o pai gostaria. Antes da existência do Museu e da sua instalação no Convento de São Francisco, Aquiles Mota da Lima guardava as caixas num edifício à prova de fogo que mandou construir para o efeito, na sua propriedade.
No presente, o Museu continua a ampliar a coleção através da compra de caixas e através das doações que lhe chegam.
Horário:
- verão (abril a setembro): terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00
- inverno (outubro a março): terça-feira a domingo, das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00
Encerrado nos dias: 1 de janeiro, 1 de maio e 25 de dezembro